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Mudar o mundo com uma imagem

junho 9, 2010

Green Light Go - The Birth of Cycle Chic

Foto de Mikael Colville-Andersen / Zakka

São muitas as histórias de fotos que mudaram o mundo. Dizem que o movimento ambientalista nasceu da primeira foto da Terra vista do espaço, quando as pessoas começaram a entender que estávamos em um planeta só, finito e comum.

Nem sempre é possível saber exatamente como essas imagens mudaram a história. Mas nós as temos coladas “nas paredes da memória”, retratos dos diversos zeitgeists do nosso mundo. Quem não se lembra de um avião entrando na segunda torre do World Trade Center? Ou da menina correndo, nua e queimada, fugindo do estrago de uma bomba de napalm, na Guerra do Vietnã, em 1972. Temos também aquela do chinês desafiando um canhão, no Massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989 (Tiananmen). Só neste livro são 100 dessas fotos.

Mas uma foto muito recente teve papel muito parecido no movimento por cidades mais humanas – e mais cicláveis. Talvez você não a conheça, porque a partir dela milhares de fotos, ou talvez mais, foram feitas com o mesmo conceito. É esta foto aí ao lado, simples, de uma garota começando a pedalar no momento em que o semáforo muda do vermelho para o verde. Esta foto, específica e espontânea, deu origem ao movimento Cycle Chic, retratando inicialmente as ruas de Copenhague, e logo se espalhando por diversas cidades no mundo, inclusive São Paulo e Curitiba. Se você acompanha este blog, sabe que eu também sou adepto do movimento.

A foto original do Cycle Chic é do Mikael Colville-Andersen / Zakka, cujo Flickr já tem mais de 12 mil postagens sobre o assunto. Ele pilota (ou pedala) dois blogs sobre o assunto, que valem a visita: Copenhagen Cycle Chic e copenhagenize.com. O movimento tem até um manifesto, que pode ser lido no original aqui, ou na minha tradução para o português logo abaixo. A questão é: muitas coisas podem mudar o mundo, tanto para o bem quanto para o mal. O que você vai fazer hoje?

João e Carol

Cycle chic em São Paulo

Manifesto Cycle Chic

–  Eu escolho pedalar no estilo cycle chic. Em todas as oportunidades, eu escolherei o estilo acima da velocidade.

– Eu aceito minha responsabilidade para contribuir visualmente para uma paisagem urbana esteticamente mais agradável.

–  Eu estou consciente de que minha mera presença neste ambiente urbano irá inspirar outros sem que eu seja rotulado como “cicloativista”.

–  Eu pedalarei com graça, elegância e dignidade.

– Eu escolherei uma bicicleta que reflete minha personalidade e estilo.

–  Eu irei, no entanto, considerar minha bicicleta como transporte e como mero suplemento do meu estilo pessoal. Permitir que a bicicleta seja mais importante do que é inaceitável.

– Eu me empenharei em garantir que o valor total das minhas roupas sempre exceda o da minha bicicleta. (Lembrando que na Europa as bikes são muito mais baratas. Aqui isso é inviável)

– Eu usarei acessórios de acordo com os padrões de uma cultura da bicicleta, e adquirirei, onde possível, protetor de corrente, descanso, protetor de saia, para-lamas, campainha e cestinha.

– Eu respeitarei as leis de trânsito.

– Eu evitarei vestir ou possuir qualquer forma de roupa de ciclista. A única exceção é o capacete – se eu escolher exercer minha liberdade de escolha e utilizá-lo.

13 comentários

  1. Olha, a julgar pelo preço das roupas no shopping, não sei se o lance da roupa ser mais cara que a bike é inviável, não :c)


  2. Poisé, devo dizer que baseado nas imagens, esse movimento é bem restrito. Cada um tem seu estilo, o que é fundamental. Mas e se o cara aparece com uma bicicleta estilo esportiva mas que nao abre mão do seu jeans e nem seu moletom pra proteger do vento frio do inverno do RS, está deixando de ter estilo? Este é meu caso. Sei lá, cara. Pra mim ter estilo é se sentir bem com o que está usando, mesmo que vá contra tendência A ou B, mesmo que a bike custe mais caro que as roupas ou que você use uma boa luva (ou óculos) de ciclismo para ficar mais a vontade.

    Simplesmente vestir-se para tal ocasião e montar na magrela, como fazemos todos os dias. Se você vai pedalar 100 Km ou ir para uma festa, só se vestir de acordo com isso. Vá ver é por isso que rótulos nunca me agradaram.


  3. Trocar os motores dos carros que exalam CO2 por uma bike seria ótimo para o planeta, mas será que as pessoas estão realmente dispostas a isto?? Acho que não, na verdade tirar uma foto andado de bike nas ruas revela consciência ecológica e isto está na moda, então vamos lá, amanhã volto a pegar meu carro e tudo fica bem afinal fiz minha parte.
    O mundo seria bem melhor se olhássemos mas para os lados…
    Adorei o post e o blog!!


  4. @Luh
    Legal que vc tenha gostado do post e do blog, mas não entendi seu comentário sobre estar na moda e voltar a pegar o carro. Ao contrário do que vc disse (e olha que eu concordo que existe um bike hype), as pessoas que aparecem nessas fotos usam a bicicleta no dia a dia. Eu uso a bici na minha rotina diária tb. Então sim, existem cada vez mais pessoas dispostas a isso. Nos últimos 3 anos, que é o tempo em que fiz a “troca”, vi o número de ciclistas crescer muito, principalmente de mulheres, o que é um forte indicativo de que a cidade está ficando mais humana.

    Ab


  5. Que lixo esse manifesto. Penso exatamente o contrário de cada um dos pontos!


  6. Gunnar, um manifesto não é uma carta-programa para ser um lixo só porque você discorda. É uma declaração de um grupo (ou até uma pessoa), dizendo o que eles pensam.

    Se você não se identifica com ele, firmeza. Mas agora você sabe quem são essas pessoas e o que pensam.


  7. @gunnar,
    Discordar e pensar o contrário você pode. Chamar de lixo, está exagerando não é? Posso tb dizer “que lixo andar de fixa” e simplesmente não levar em conta que outras pessoas possam achar legal. Ou dizer que é um lixo pedalar travestido de ciclista de longa distância em plena cidade. Oras, cada um tem o direito de pedalar como bem entende. O manifesto, como disse o Aylons, é uma carta de intenções. Significa que as pessoas pensam dessa maneira, mas não significa que querem que os outros pensem assim.


  8. […] – Idéias para um mundo melhor Idéias para um mundo melhor « Mudar o mundo com uma imagem Espaços públicos como políticas públicas julho 8, […]


  9. […] como eu disse no post anterior, às vezes, uma foto ou uma ação podem mudar o mundo. E foi mais ou menos isso que aconteceu na cidade que originou o Park(ing) day. A notícia já tem […]


  10. Ola!!!
    Sou estudante de arquitetura, adoro ler, formada em psicologia e minha vida se torna muito estranha a partir do ponto de vista da cultura da cidade que vivo a 13 anos. MANAUS é uma excessao do restante do País, juro! Aqui há cartel, há tambem Coroneis, politicos que deixam-na como TERRA DE MALBORO, um lugar maravilho em qualidade de vida fluida com a natureza, tb só isso. Nao temos espaços, ciclovias, placas, nada, nadica. E quando saio de bike para trabalhar, carregar na mochila 15,20kg do supermercado `a minha casa, sou tachada de exibicionista, maluca, quero ir pro BBB…Inaceitavel, como preços e condiçoes de aquisiçao, é a pobreza sociocultural de um lugar que poderia ter os olhos do mundo voltados para si, e no entanto, somente a arte folclorica é valorizada. Ouvi ontem de um cadista(usuario do programa CAD)que iria tirar do meu projeto o bicicletario, pois o msm perderia o sentido aqui na cidade, ja que as pessoas levam a bike pra pedalar em meio a pombos, gente, crianças, etc, e nao como deveria ser…Muito lamentavel.Gostaria q a educaçao estive em todos os niveis no mesmo nivel. CADEIRANTE?? O que é isso? (MANAUS é a 4 cidade brasileira em arrecadaçao) vai explicar…


  11. As motocicletas ocupam menos espaços fisicos que os carros,existem 7 marcas mudiais instaladas na zona franca de Manaus, inclusive a Harley Davidson. Encontra-se a venda ate em açougues (expressao), vendidas com 0 de entradae financiadas em ate 72 vezes…

    E poluem 07 vezes mais que os automoveis…

    Se as pessoas realmente estivessem preocupadas com o meio ambiente, com a casca que revestem seu corpo, teria a coragem de mudanças,mudar para uma bike, nao significa estar a menos nos amigos de SUV, mas estar acima da educaçao proposta e assim, mudar da proposta para uma consciencia MAIS HUMANA e propaga-la.

    BIKE, 100% LIMPA!!


  12. […] Mudar o mundo com uma imagem […]


  13. kkkkkkkkkkkk



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